Os riscos da automedicação


Por filipe
20 de outubro de 2019

Apesar do nome diferente, os Inibidores da Bomba de Prótons (IBP) são utilizados para tratar diversos problemas gastrointestinais, desde úlceras, refluxos e esofagites a infecções estomacais. Omeprazol, Pantoprazol e o Esomeprazol são alguns exemplos destes fármacos que, por serem facilmente encontrados e vendidos nas farmácias, acabam sendo objeto da automedicação sempre que sentimos algum desconforto estomacal, não é mesmo?!

Porém, a longo prazo, estes medicamentos podem trazer efeitos colaterais indesejados e é preciso ter muito cuidado ao utilizá-los.De forma resumida, os IBP’s funcionam diminuindo a quantidade de ácido que o estômago produz, que é regulada pela bomba de prótons. Assim, se determinado medicamento é inibidor, a bomba de prótons é bloqueada, diminuindo a secreção de ácido pelo estômago.

Porém, a produção de ácido pelo estômago é uma etapa essencial do processo de digestão dos alimentos. Para que ocorra uma absorção efetiva de nutrientes, por exemplo, é preciso que o estômago tenha um pH extremamente ácido. Quando usamos o omeprazol ou um similar, o pH estomacal pode ficar bem próximo de 7, que é um pH neutro, o que acaba prejudicando a digestão. Essa má digestão pode causar diversos problemas como: fermentação dos alimentos e refluxo, formação de cálculos biliares devido ao acúmulo de substâncias mal digeridas, disbiose intestinal (leia nossa publicação sobre o tema) e outros desconfortos. Estudos recentes apontam que o uso prolongado destes medicamentos pode causar osteoporose (devido à diminuição da absorção de cálcio), gastrite atrófica e diminuição da absorção de vitaminas do complexo B.

Deste modo, é importante ressaltar que os IBP’s não devem ser utilizados de forma contínua (exceto com indicação médica), tampouco devem ser alvo da automedicação. Se você sente desconfortos gástricos com frequência, busque ajuda especializada!